terça-feira, 30 de novembro de 2010

UM DOMINGO ESPECIAL - Parte 3

E pra fechar o domingo com chave de ouro, à noite tive a oportunidade de, junto à Thelma, reencontrar dois preciosos amigos.

Todas as vezes que visitamos a Comunidade Vineyard de Piratininga (SP), revemos pessoas queridas, amigos que são muito amorosos e sempre nos recepcionam muito bem. Pessoas que vivem pertinho, em Piratininga ou mesmo aqui em Bauru. Desta vez, pudemos rever duas pessoas que vivem um pouco mais distantes: uma no Rio de Janeiro, e outra na Itália.

Sabendo que o Manga estaria pregando neste domingo a noite em Piratininga, programamos nossa visita à Vineyard. E, de brinde, reencontramos no mesmo local o Beto Tavares, que sabíamos estar no Brasil por curtíssimo período.



O Pr. Luciano Manga é um amigo que conheci no início da década de 90, época em que era vocalista da banda Oficina G3. Eu fazia parte da Banda Vida&Luz, e tivemos a oportunidade de fazer alguns "barulhos" juntos. Hoje ele pastoreia a Vineyard Rio. Casado com Maria Cristina (Pita) e pai do Kauê e do Lucca, é um homem de ensinamentos práticos e ao mesmo tempo profundos (você pode encontrar o seu blog Profundidade em minha Lista de Links "Da Hora", aí do lado). E o mais bacana que noto no Manga é que ele realmente procura viver antes aquilo que prega. O cara é mesmo gente boa!



Já o Beto Tavares conheci quando liderava a Vila do Louvor, base da Jocum em Piratininga (SP). Mineiro, cantor e compositor, casado com Raquel e pai de Nicole, atua hoje como missionário na região de Pescara, na Itália. Nossa afinidade se deu de cara, já no primeiro encontro. E em todos os outros contatos seguintes, fomos percebendo que nossos gostos por música, cinema e literatura se alinhavam perfeitamente, e naturalmente aprofundamos nossa amizade e carinho.


Foi muito bom poder rever e abraçar estes dois queridos, pelos quais nutro um afeto todo especial.

UM DOMINGO ESPECIAL - Parte 2


Outro fato aconteceu no último domingo, que não posso deixar de citar.

O meu Flamengo, após uma derrota para o Cruzeiro, por conta de outros resultados, matematicamente se livrou da ameaça de rebaixamento, e permanecerá em 2011 na elite do futebol brasileiro.

Tenho brincado com meus amigos, dizendo que o Flamengo já havia cumprido seu papel no ano de 2010, ao desclassificar o Corinthians da Libertadores, e que por tal feito não precisava de mais nada neste ano. Mas tenho que confessar que esse "livramento" do fantasma da segunda divisão me trouxe certo alívio.

No entanto, o fato de continuarmos na série A não aplaca a constatação de uma campanha pífia e medíocre do atual campeão brasileiro. ACORDA, MENGÃO!!

Em tempo: alguém aí quer o Val Baiano de presente??

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

UM DOMINGO ESPECIAL - Parte 1


Na tarde de ontem, fomos à Paróquia do Sagrado Coração para assistir a apresentação da Orquestra Filarmônica Bachiana Sesi-SP, sob a regência do incrível maestro João Carlos Martins, mais um brasileiro de extremo talento, e um grande exemplo de superação.

Sua participação foi bem curta, passando posteriormente a regência ao spalla da orquestra, por conta de uma viagem. E em sua breve participação, regeu a "V Sinfonia" de Beethoven e "Danças Húngaras" de Brahms. Depois foi para o piano, e acompanhado pela orquestra, apresentou um "Tributo à Ennio Morricone" (com partes da trilhas sonoras de filmes como "A Missão" e "Cinema Paradiso"), já muito emocionante. E assim terminaria a sua exibição, seguida de algumas homenagens.

Terminaria... Mas para o deleite de todos os presentes, João Carlos Martins resolve voltar ao piano e tocar, sozinho, a música "Luíza", de Antonio Carlos Jobim. Não obstante as limitações físicas em suas mãos, foi simplesmente arrebatador! Certamente uma das coisas mais belas que eu já ouvi em toda a minha vida. Um nível de sensibilidade e interpretação muito mais elevado do que aquele com o qual normalmente convivo.

Tal música, óbvia e previsivelmente, levou-me às lágrimas. E me veio à mente o texto de Tiago 1:17, que diz: "Toda boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes...". Então me vi num estado de profundo louvor e gratidão, podendo glorificar a Deus pela música que Ele criou, pelo grande talento musical que depositou na vida deste homem, e por ter me dado o privilégio de ouvir algo tão sublime e carregado de beleza. Ele é a fonte!

Agora, se já fiquei extasiado com o que ouvi ontem, fico imaginando o que ainda ouvirei, pois "nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que O amam." (1 Coríntios 2:9)

terça-feira, 16 de novembro de 2010

SENNA


Como bom fã, fui ao cinema com meus dois meninos, assistir ao documentário "SENNA". Na verdade, foram eles que me levaram, pagando o ingresso e tudo. E valeu muito!

Eu acompanhei a carreira do Ayrton na Fórmula 1, desde seu início na modesta Toleman em 1984, já dando bastante trabalho às grandes escuderias; depois sua passagem pela Lotus, conseguindo as primeiras vitórias; a seguir, a vitoriosa parceria com a McLaren, com a conquista dos três campeonatos mundiais; e, por fim, a trágica transferência para a Williams em 1994. Era daqueles que acordavam de madrugada para assistir as corridas. E era algo muito bom de se ver! Para mim, e para muitos outros, ele foi o melhor piloto que já existiu.

O momento do país não era nada positivo: a economia atravessava a chamada “década perdida”, onde o instável sistema político clamava por radical mudança após anos de ditadura militar. No futebol, enfrentávamos um longo jejum de títulos em Copas do Mundo. E Senna era, nas manhãs de domingo, o Brasil que dava certo. Me enchia de orgulho cada vez que via a bandeira nacional tremular em suas mãos, ao som do "Tema da Vitória", celebrando seus triunfos.

O filme mostra que seu extremo talento nas pistas de Fórmula 1 era inegável. E que, no seu caso específico, aliou talento à dedicação e à uma disciplina obstinada, logrando assim grande êxito. Mas, no final das contas, o que sempre faz a diferença é mesmo o talento. E talento não se compra, nem se herda como espólio.

Outro fato me saltou aos olhos, assistindo ao filme. Ayrton, sendo uma celebridade de apelo mundial, nunca julgou como piegas assumir e proclamar sua fé. E mais: não perdia uma oportunidade sequer de falar sobre sua fé no Deus Todo-Poderoso.

Quando o filme estava caminhando para o seu final, comecei a dar falta de um evento da carreira do Ayrton que é de essencial importância, já que para mim é o que o distingue dos demais grandes pilotos e campeões. Mas quando já subiam os créditos, abriu-se à direita da tela um quadro passando algumas cenas, e lá estava o tal evento que mencionei, e que agora relato.

Aconteceu em 1992, no Circuíto de Spa-Francorchamps, nos treinos classificatórios para o GP da Bélgica daquele ano. Senna abrira sua volta rápida, e logo vê o francês Eric Comas sofrer um acidente, ficando desacordado dentro de seu Renault. O brasileiro encosta seu carro, abandonando sua volta, salta para fora e corre para socorrer seu colega. No circo da Fórmula 1 dos dias de hoje, repleto de tramóias, vigarices e mau-caratismo, o feito relatado acima ganha contornos ainda mais heróicos.

Para os que quiserem assistir, deixo abaixo o link da Revista Veja com a matéria "Os 10 grandes feitos que transformaram Senna em mito da Fórmula 1" (o que acabei de relatar é o feito número 3):

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

LEITE DERRAMADO


E por falar em Chico Buarque, o mesmo acaba de ganhar dois prêmios importantes com seu quarto romance da nova fase, Leite Derramado.

No dia 04/Novembro, foi o vencedor da 52ª edição do Prêmio Jabuti (considerado o mais prestigioso do meio literário brasileiro). A publicação foi a vencedora na categoria ficção, tanto na escolha de um júri formado por editores quanto na escolha do júri popular.

E na última segunda-feira (08), o cantor, compositor e escritor levou mais um prêmio com o mesmo romance: o Prêmio Portugal Telecom de Literatura.

Lançado em 2009, realmente Leite Derramado é um ótimo romance, primorosamente escrito. Recomendo a leitura à todos.

Tive a oportunidade de ler este e os outros três romances anteriores do autor: Estorvo (1991), Benjamim (1995) e Budapeste (2003). Todos muito bons. Dos quatro, o que particularmente prefiro é o terceiro, Budapeste.

TEMPO E ARTISTA



Talvez muitos não saibam, mas antes de ser um "cara" da música, eu já era um "cara" das letras. Antes de ser arrebatado totalmente pela música, escrever foi minha primeira paixão. Por isso ainda hoje me importa muito a consistência das letras das músicas que ouço.

Ainda dentro da mesma temática do post anterior, lembrei-me de uma música do Chico Buarque que é uma verdadeira obra prima! Aliás, que capacidade singular, que talento único tem esse grande compositor brasileiro de encontrar sempre o que se designa em francês como "le mot juste" (a palavra certa).

Ante a tanta qualidade no trato com as palavras, indago (usando emprestada uma frase do Jorge Vercillo em sua canção "Tudo que eu tenho"): "Craque Buarque de Hollanda, qual o anjo que te ronda quando raias a escrever?"

Nestes tempos de tanta mediocridade e pobreza nas letras de nossas músicas, contrastando fortemente à histórica grandeza da literatura musical brasileira, quero contemplar a todos que visitam este blog com um pouco da genialidade deste magistral letrista. A canção se chama "TEMPO E ARTISTA" e data de 1993. Reparem que em cada estrofe ele propositadamente coloca o Tempo exercendo uma atividade artística diferente (pintor, escultor/desenhista, cantor, dançarino/ator, músico). Apreciem este primor:


TEMPO E ARTISTA
Chico Buarque/1993

"Imagino o artista num anfiteatro
Onde o tempo é a grande estrela
Vejo o tempo obrar a sua arte
Tendo o mesmo artista como tela

Modelando o artista ao seu feitio
O tempo, com seu lápis impreciso
Põe-lhe rugas ao redor da boca
Como contrapesos de um sorriso

Já vestindo a pele do artista
O tempo arrebata-lhe a garganta
O velho cantor subindo ao palco
Apenas abre a voz, e o tempo canta

Dança o tempo sem cessar, montando
O dorso do exausto bailarino
Trêmulo, o ator recita um drama
Que ainda está por ser escrito

No anfiteatro, sob o céu de estrelas
Um concerto eu imagino
Onde, num relance, o tempo alcance a glória
E o artista, o infinito."

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O TEMPO PASSA, TORCIDA BRASILEIRA!


Hoje acordei com a real constatação que estou envelhecendo à passos largos! Tenho trinta e oito anos, vou para dezesseis de casado; minha filha mais velha, que já está se formando no ensino fundamental, completou quatorze anos no último domingo; e hoje, meu caçulinha faz sete anos. Sete anos!! Parece que foi ontem que ele nasceu...

Tenho, cada vez mais, a impressão de que o tempo passa mais depressa. Os dias estão mais curtos, as semanas se atropelam, os meses voam. Os anos, mal começam, já estão terminando.

Sinto dores que até bem pouco tempo não sentia. Começo a não poder mais fazer coisas simples que antes fazia sem nenhum "efeito colateral" indesejável. Se percebo-me mais tolerante em alguns aspectos, também constato me incomodar bem mais que antes com pequenos fatores externos, com aquela irritação típica de pessoas mais velhas.

O tempo... essa dimensão que nos limita e sujeita. Não temos como escapar: ele é infalível. E teimoso! Continua passando, e passando, e passando...

Deus criou o tempo. Também criou a humanidade e a colocou debaixo das rédeas do tempo criado por Ele. Para nós, houve o ontem, existe o hoje, e poderá haver o amanhã. Porém, Deus está acima do tempo. Ele não se prende nem se limita às questões temporais. Por isso se apresenta como "Eu Sou". Não há passado nem futuro, ontem ou amanhã, apenas a realidade presente da eternidade. Um dia, eu também viverei livre das amarras do tempo, na eternidade que me está proposta. Eis aí a minha esperança!

Enquanto isso, continuo aqui sujeito aos efeitos do tempo, aprendendo a contar meus dias, de maneira a alcançar um coração verdadeiramente sábio (Salmo 90:12). Os dias se seguem, trazendo suas alegrias e tristezas, vitórias e derrotas, angústias e prazeres; e o que mais desejo agora é saber ser grato por cada um deles!

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

"EU QUERO UMA CASA NO CAMPO..."


Anteontem, feriado, fomos eu, Thelma e as crianças passar o dia em Lucianópolis, na chácara onde residem o Sr. Pinha e a Dna. Catarina. Casal muito querido, que sempre nos recebe de forma carinhosa, e nutre um afeto especial pelos nossos três filhos. Ele, 76 anos; ela, 75. Uma história de amor daquelas, em um casamento de mais de 50 anos. Encanta-me ver o carinho com que o Sr. Pinha trata ainda hoje a Dna. Catarina, mesmo depois de tantos anos de vida a dois. É uma grande lição!

Estando lá, em contato com a natureza, percebi mais uma vez como nossa "vida rotineira pós-moderna", em seu ritmo alucinado, nos tirou o hábito da contemplação. Pude, por alguns minutos, sentar em um banco de madeira e ficar apenas olhando as águas correntes do Rio das Antas passarem. Que paz! Depois acompanhei junto aos meninos o vôo suave de uma borboleta multicolorida. Momentos raros...

A criação revela a grandeza do Deus Criador. Precisamos nos suprir de momentos assim, onde se consiga desligar de todos os afazeres, desconectar das costumeiras práticas cotidianas, desacelerar; e envolvidos pela natureza, parar e contemplar a vasta riqueza que o Senhor criou. Que bem isso nos faz! Recomendo a todos!

"... onde eu possa plantar meus amigos, meus discos e livros, e nada mais..."