terça-feira, 16 de novembro de 2010

SENNA


Como bom fã, fui ao cinema com meus dois meninos, assistir ao documentário "SENNA". Na verdade, foram eles que me levaram, pagando o ingresso e tudo. E valeu muito!

Eu acompanhei a carreira do Ayrton na Fórmula 1, desde seu início na modesta Toleman em 1984, já dando bastante trabalho às grandes escuderias; depois sua passagem pela Lotus, conseguindo as primeiras vitórias; a seguir, a vitoriosa parceria com a McLaren, com a conquista dos três campeonatos mundiais; e, por fim, a trágica transferência para a Williams em 1994. Era daqueles que acordavam de madrugada para assistir as corridas. E era algo muito bom de se ver! Para mim, e para muitos outros, ele foi o melhor piloto que já existiu.

O momento do país não era nada positivo: a economia atravessava a chamada “década perdida”, onde o instável sistema político clamava por radical mudança após anos de ditadura militar. No futebol, enfrentávamos um longo jejum de títulos em Copas do Mundo. E Senna era, nas manhãs de domingo, o Brasil que dava certo. Me enchia de orgulho cada vez que via a bandeira nacional tremular em suas mãos, ao som do "Tema da Vitória", celebrando seus triunfos.

O filme mostra que seu extremo talento nas pistas de Fórmula 1 era inegável. E que, no seu caso específico, aliou talento à dedicação e à uma disciplina obstinada, logrando assim grande êxito. Mas, no final das contas, o que sempre faz a diferença é mesmo o talento. E talento não se compra, nem se herda como espólio.

Outro fato me saltou aos olhos, assistindo ao filme. Ayrton, sendo uma celebridade de apelo mundial, nunca julgou como piegas assumir e proclamar sua fé. E mais: não perdia uma oportunidade sequer de falar sobre sua fé no Deus Todo-Poderoso.

Quando o filme estava caminhando para o seu final, comecei a dar falta de um evento da carreira do Ayrton que é de essencial importância, já que para mim é o que o distingue dos demais grandes pilotos e campeões. Mas quando já subiam os créditos, abriu-se à direita da tela um quadro passando algumas cenas, e lá estava o tal evento que mencionei, e que agora relato.

Aconteceu em 1992, no Circuíto de Spa-Francorchamps, nos treinos classificatórios para o GP da Bélgica daquele ano. Senna abrira sua volta rápida, e logo vê o francês Eric Comas sofrer um acidente, ficando desacordado dentro de seu Renault. O brasileiro encosta seu carro, abandonando sua volta, salta para fora e corre para socorrer seu colega. No circo da Fórmula 1 dos dias de hoje, repleto de tramóias, vigarices e mau-caratismo, o feito relatado acima ganha contornos ainda mais heróicos.

Para os que quiserem assistir, deixo abaixo o link da Revista Veja com a matéria "Os 10 grandes feitos que transformaram Senna em mito da Fórmula 1" (o que acabei de relatar é o feito número 3):

Nenhum comentário:

Postar um comentário